Superproteção
Contrariamente ao que os pais superprotetores pensam, os elogios constantes e gratuitos, sem estarem relacionados a algum mérito, não constroem uma valorização pessoal ou aumentam a autoestima, ao contrário, as crianças percebem que os pais não creem na sua capacidade de evolução.
É necessário criar um ambiente estimulante em casa, onde a criança possa fazer opções e aprenda a arcar com suas responsabilidades e consequências.
O excesso de permissividade é uma forma de negligência que advém da incapacidade de alguns adultos de conduzir a vida familiar a partir do estabelecimento de regras claras e exigências consistentes e adequadas de responsabilidade.
Os filhos sem limites se apropriam de uma liberdade mal alicerçada, pois sentem que podem e devem fazer apenas o que desejam. O resultado é que, ao criar filhos sem valores internos, não se educa, mas se forja pessoas que não serão capazes de distinguir o certo do errado, tornando-se crianças, adolescentes e adultos malformados e desobedientes ao extremo, que não se relacionam bem na escola, nem no meio social e, pior ainda, nem no ambiente profissional quando entrarem no mercado de trabalho.
Limites firmes são ótimos para o desenvolvimento mental da criança, porque ela precisa conhecer o que se espera dela e descobrir o comportamento mais adequado. O papel dos pais na educação é preparar o filho para a sociedade e para o dia em que eles não puderem mais atender aos seus desejos e responder por eles.
Grande parte das crianças vive atualmente uma infância curta, uma longa adolescência e se tornam adultos que não sabem escolher, optar ou corrigir seus erros e se responsabilizar por eles. Vivem de modo ansioso e inseguro do berço à adolescência e se tornam crianças mimadas e adultos frustrados que não conseguem abandonar o modelo infantil ao se relacionar com a realidade, caminhando sobre ilusões. Num eterno conflito entre a fase mimada patrocinada pelos pais e a realidade em que têm que andar com suas próprias pernas.
Resta aos pais se conscientizarem e tentarem mudar a situação para não se surpreenderem com os prejuízos que uma educação mal gerenciada causará aos seus filhos.